A expectativa de vida vem aumentando e pessoas mais velhas descobrem, cada vez mais, os benefícios da prática de esportes, principalmente corrida e caminhada, para garantir a qualidade de vida
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os brasileiros estão vivendo mais. A expectativa de vida é de 68 anos e, em 2020, estima-se que sejam 30 milhões de pessoas com mais de 65 anos, 13% da população.
Esse crescimento traz, junto, a preocupação em manter saúde e qualidade de vida em qualquer idade.
Segundo o
Institute for Social and Economic Research Essex University, os jovens gastam
menos tempo com atividades físicas que os mais idosos. Britânicos entre oito e
19 anos gastam 25 minutos diários a menos com exercícios em relação aos com
mais de 65 anos, e enquanto apenas 12% dos mais velhos são inativos, 22% dos
jovens entre oito e 35 anos não fazem mais do que dez minutos de exercício por
dia.
A “atividade física não reverte o envelhecimento, mas o desacelera”.
Com os anos,
uma série de alterações fisiológicas modifica o funcionamento do corpo. A
principal é a perda da força muscular, que primeiro se dá na perna
(quadríceps). Além das alterações estruturais, de tamanho e diâmetro de fibras,
os músculos diminuem as suas conexões com o sistema nervoso e vascular,
deixando-os parcialmente inativos ou totalmente inativos.
Com os
músculos, perde-se também a capacidade aeróbia (uma caminhada, por exemplo,
torna-se anaeróbia, sem metabolismo de oxigênio, e é preciso parar para
descansar várias vezes).
Importante
para o funcionamento muscular, o tecido conjuntivo também sofre. “Tudo que é
formado por ele [cartilagens e tendões] perde elasticidade, fica mais rígido e
menos fluído, dificultando o suporte de impactos”.
Com a idade,
diminui a capacidade neuromuscular, cardiovascular e endócrina. Nas mulheres, a
redução da produção de estrógeno com a menor produção dos hormônios LH(luteinizante)
e folículo-estimulante (FSH) ainda traz outros problemas.
Por isso, não importa a idade, é hora de calçar o tênis e correr. Prova disto é que recentemente o canadense Ed Whitlock, aos 73 anos, fez 2h54min48s em uma maratona, tornando-se o primeiro homem com mais de 70 anos a finalizar os 42 km em menos de três horas.
Os resultados de uma pesquisa realizada com atletas de alto nível depois que deixaram as pistas, e verificou que a perda da capacidade cardiovascular (consumo máximo de oxigênio – VO2 Máx) é maior para os que pararam de treinar.
A cada década o declínio da capacidade cardiovascular é de 0,5% para indivíduos treinados, 1% para indivíduos moderadamente treinados e 1,5% para indivíduos não treinados. Ou seja, a perda cardiovascular é três vezes maior para aqueles que se tornaram sedentários.
“A capacidade oxidativa (aumento do tamanho e no número de mitocôndrias – produtoras de energia, aumento do tamanho e da quantidade de capilares sanguíneos e do número de fibras lentas) tende a ser menor com o envelhecimento, mas permanece mais alta após um período de treinamento”, explica Tessuti.
Além da saúde, a corrida traz ainda o benefício estético. “O envelhecimento da pele é causado pela diminuição da produção do colágeno”.