quarta-feira, 27 de março de 2013

XX CORRIDA CIDADE DE LAGARTO-SE




 
NO PRÓXIMO DIA 20 DE ABRIL , HAVERÁ A XX CORRIDA CIDADE DE  LAGARTO
PERCURSO DE   7KM
HORARIO: 16H 
 INSCRIÇÕES APÓS A SEMANA SANTA




LAGARTO, DE VILA À CIDADE DÁ O EXEMPLO *

Por Claudefranklin Monteiro Santos - DHI (UFS) e Patrícia dos Santos Silva Monteiro (SEED-SMEC-FJAV)

Durante anos, mistério é a palavra que melhor define a história desta auspiciosa cidade. No meio do caminho, uma pedra, um nome e uma identidade há muito perdida numa saga e tempo que já ultrapassam os 300 anos de sua gente.A ocupação do território lagartense ocorre por volta da segunda metade do século XVII, enquadrando-se no movimento de expansão para oeste da Capitania de Sergipe D’El Rei (território pertencente à Capitania da Bahia de Todos os Santos), promovido pela doação de sesmarias pelos Capitães Donatários de então. A nova zona da terra sergipana seria utilizada para a criação de gado, daí nossa vocação para a pecuária. Esta penetração deu-se via rio Vaza-Barris, que corta o nosso município.
Em 1658, o novo território passou a ter a presença de um distrito militar, a fim de salvaguardá-lo de possíveis invasores, especialmente holandeses. Anos mais tarde, a 11 de novembro de 1679, torna-se Freguesia, sob a invocação de Nossa Senhora da Piedade, com um pároco para fazer às vezes espirituais à população circunvizinha.
Com uma economia, inicialmente sustentada na criação de gado, a nova Freguesia já se destacava como uma das maiores produtoras de fumo da região.
Atendendo exigência de Vossa Majestade, o Rei de Portugal, diante da necessidade de povoar o interior sergipano, o Governador Geral do Brasil, Dom João de Lancastro determinou, por Portaria ao Ouvidor Geral da Capitania de Sergipe D’El Rei, Diogo Pacheco Pereira, no dia 20 de Outubro de 1697, a criação das Vilas de Itabaiana e Nossa Senhora da Piedade do Lagarto.
A partir de então, composta de um território muito mais extenso que o atual, a Vila de Lagarto foi galgando passos cada vez mais largos, já firmando sua característica nata de ser uma terra progressista, apesar das intempéries que ia enfrentando, como epidemias e perdas territoriais, a exemplo de Riachão do Dantas.
Depois de longos anos de desenvolvimento, especialmente no setor agropecuarista, a Vila de Lagarto foi elevada à condição de Cidade por determinação da Lei Provincial de número 1.140 de 20 de abril de 1880.
Com José Cirilo de Cerqueira, um dos primeiros governantes de Lagarto, 1893, nossa cidade entra na era republicana brasileira, tendo como Governador do Estado de Sergipe, o Sr. Felisbelo Freire, primo de Laudelino Freire, um de nossos maiores expoentes no âmbito intelectual, juntamente com Sílvio Romero, que estaria completando, se vivo estivesse, 150 anos de vida.
Lagarto também conheceu o mandonismo de seus coronéis, as agruras da Segunda Grande Guerra, enviando seus pracinhas via FEB - Força Expedicionária Brasileira; e a marca de ferro da ditadura militar de 1964. Também teve importantes líderes políticos que marcaram época na história política sergipana. Nunca é demais lembrar, ainda no campo político, que a cidade, desde os anos 70 do século passado, vem enfrentando uma folclórica disputa partidária, inspirada em novela da Globo. Em choque, dois partidos: saramandaia e bole-bole. Página triste de nossa história, que há anos tem dividido famílias.
Não esquecendo, o campo religioso, Lagarto se destacou e se destaca pelas inúmeras vocações sacerdotais. Além disso, firmou-se na história espiritual e social, pela ação de enes Monsenhores: Daltro, Marinho, Juarez Santos Prata e Mário Rino Sivieri, este último atual Bispo de Propriá.
Mas, certamente, nos últimos anos a cidade vem dando exemplo de uma educação promissora e transformadora, ancorada por um apoio incontestável à cultura lagartense. Incentivada pela novas exigências do mundo globalizado desse início de século, a cidade vem apresentando um bom índice de aproveitando intelectual e ocupacional.
Lagarto completa mais um ano de Emancipação Política e o desejo de toda a sua gente é que tenhamos tempos cada vez mais felizes, e possamos não só dá exemplo de educação e cultura, mas também de cidadania e humanidade.

* Texto originalmente publicado em 2001, por ocasião do Sesquicentenário de Nascimento de Sílvio Romero (folheto) e no mesmo ano, no Jornal Folha de Lagarto, aqui ligeiramente editado.

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